Há um mês que assistimos, impotentes, ao que se passa na Ucrânia. Todos os dias, procuramos informação nos jornais, na rádio, na televisão e até nas redes sociais.
Mas como é fazer jornalismo em tempo de guerra, sobretudo à distância? Gerir emoções, trabalhar a informação de uma forma credível, tratar as imagens duras que chegam todos os dias às redações.
Rodrigo Guedes de Carvalho esteve com Júlia Pinheiro e explicou que “foi um impulso” a carga emocional que deixou trespassar nos últimos tempos.
“Limitei-me a expressar a incredibilidade que as pessoas sentiam em casa”
“Há uma comunhão entre o jornalismo e a comunidade” sublinha Rodrigo G. de Carvalho. Para o pivot da SIC quem está no seu papel não é “um ser distante e robótico que debita informação”
“Nós estamos a viver a história que nunca pensamos viver”
Nos primeiros tempos da pandemia, e agora com a guerra, o jornalista quis partilhar com quem o vê o sentimento de confusão: “Você está confundido, assustado, sabe que mais … eu também”. No fundo “limitei-me a conviver com as pessoas com quem convivo há 30 anos” e o resultado foi ” uma grande cumplicidade com as pessoas”.
Rodrigo Guedes de Carvalho alertou “estar a instalar-se um cansaço, é humano” e por isso “Não podemos baixar a guarda da nossa empatia só porque o tempo vai passando.“
Para o jornalista “o jornalismo televisivo tem uma enorme responsabilidade” que é gerir “a linha ténue entre mostrar um horror suficiente” e o “choque”.
Para as “pessoas perceberem que estamos a viver um horror e ficarem informadas” há imagens que não é necessário mostrar.