Filomena Iria conheceu, há exatamente 22 anos, durante as celebrações do 25 de abril, o homem que lhe havia de roubar a Liberdade e torná-la refém de uma ditadura de horror.
Começou no ano de 2000 a 25 de abril, Filomena tinha 30 anos e conheceu o ex-companheiro no Bairro Alto. Despertou-lhe a atenção por ser diferente dos outros. Rapidamente se apaixonou e passado duas semanas começaram uma relação. O companheiro confessou a Filomena que tinha historial de vícios e adições, era alcoólico e toxicodependente mas “Aquela carga era mais um desafio, era mais um motivo de encantamento”. Filomena pensava que o ia ajudar e iam ser felizes para sempre.
Durante 5 anos, Filomena sofreu em silêncio maus-tratos constantes. Uma das decisões que mais lhe custou foi o afastamento da filha mais velha, de outra relação, que vivia perto mas não morava com ela.
“Eu via crescer mas não fui próxima!”
Para Filomena agora é obvio o erro, “escolhi mal”. “Eu não a levei comigo porque a casa era um caos e um inferno e eu não queria que ela se queimasse”.
Uma das tareias foi tão violenta que a terá feito perder o bebé que trazia na barriga. Ainda assim, foi perdoando todas as agressões e foi preciso percorrer um caminho tortuoso até conseguir libertar-se do agressor.
Veja a entrevista completa:
Caso tenha conhecimento de uma situação de violência doméstica pode procurar ajuda junto dos seguintes contactos:
APAV – 116 006
SOS Criança – 116 111
SOS Mulher – 808 200 175
SOS Voz Amiga – 800 209 899
SOS Voz Adolescente – 800 202 484
UMAR – Centro de Cultura e Intervenção Feminista – 218 873 005