O casal tinha saído de casa para ir ajudar uns amigos e, ao voltar para casa, Cristian teve um ataque de ciúmes que iria terminar numa espiral de violência.
Ainda não tinham chegado a casa e Bruno já esta a ser agredido ao pontapé, algo que era frequente naquela relação. Porém, nada fazia prever o que iria acontecer a seguir.
Depois do jovem ter tentado acalmar a situação, a namorada pega numa faca e esfaqueia-o quase até à morte. Bruno afirma: “Nesta altura, o sentimento era de que não ia sobreviver”
No dia em que teve alta médica, Bruno recebeu uma mensagem da ex-namorada a pedir desculpa pelo que tinha feito e justificando-se como tendo sido um ato impulsivo.
Luís Maia questiona: “Ainda gosta dela [ex-namorada]?” ao que Bruno responde “tenho algum sentimento por ela” apesar de admitir que não era capaz de a perdoar.
Os comentários
Em análise, a socióloga Maria José Núncio recorda que, eventualmente, os números da violência doméstica praticada contra os homens são mais elevados do que os que estão efetivamente apurados, uma vez que as vítimas, por vergonha, não apresentam queixa: “A condição de vítima não é assumida pelo homem com tanta facilidade”.
O advogado Miguel Santos Pereira afirma que, mesmo a jovem se tendo entregue às autoridades, estará indiciada do crime de homicídio qualificado na forma tentada e por omissão de auxílio, o que lhe dá uma “moldura penal mais que suficiente para ter 25 anos” de pena, que fica reduzida a 1/3 por ser na forma tentada.
Hernâni Carvalho começa por dizer: “Se tirares o nome dos intervenientes desta história, é igual a qualquer história de violência doméstica”, uma vez que se repete na sociedade e é a prova de que a violência não tem género.
Os comentadores da Análise Criminal alertam para os comportamentos de controlo das redes sociais e do afastamento de familiares e amigos a que as vítimas se sujeitam. Em suma, todos estes comportamentos leva, a uma anulação da identidade própria em prol da relação.
Por fim, Miguel Santos Pereira salienta a importância de se efetuar uma denúncia e Hernâni Carvalho complementa que a polícia não pode ouvir um “quero desistir da queixa”.