Ricardo Araújo Pereira: "Os frutos secos dão-me acne. Vou pedir uma indemnização à empresa. Se calhar têm um milhão de euros para me dar"

Opéra, indústria farmacêutica, frutos secos, pastilhas e pão de torrada para ouvir neste mais recente episódio do Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira de Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira.

Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira/Artigos

Neste episódio do Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira, Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira pretendem falar sobre trovadorismo galego-português. Antes refletem sobre ópera, o que os leva a discutir a produção de armas e impressoras 3D: "A indústria farmacêutica matou a ópera, porque antigamente a ópera era um grupo de gordinhos a gritar uns com os outros, o que era irresistível, lá está. E agora, graças aos ansiolíticos, já ninguém está aos gritos. E graças ao Ozempic, já não são gordinhos. Jess é uma piloto de F-16 que faz parte de um esquadrão estacionado no Iraque. Entretanto, ela deixa de ser piloto e começa a pilotar daqueles drones que têm mísseis ao longe. É esta a última ópera, uma das últimas óperas do Metropolitan de Nova Iorque"

José Fonseca Fernandes

Irritam-se com os conselhos da mindfulness, mas não tanto como com a expressão “a pergunta de um milhão de euros”: "Há três coisas fundamentais na mindfulness. Primeira, é tu entrares em contacto contigo próprio e descobrires o teu verdadeiro eu. Esta é a primeira. Eu recusei. Toda a gente sabe que quando tentamos entrar em contacto connosco próprios dá impedido; Vive no presente, essa já faço eu no tempo em que eu costumo viver; Toma consciência do teu corpo físico. Em oposição, só tenho este. Não tenho um corpo que não seja físico. Tenho só este. E tenho uma consciência bastante aguda dele porque dói-me no fundo das costas e em vários outros pontos" (...)

José Fonseca Fernandes

Ponderam sobre o sabor das pastilhas e reflectem sobre uma sanduíche: "Não sei se vocês têm reparado nos sabores que têm aparecido recentemente das pastilhas. As primeiras pastilhas não conseguiam introduzir sabores. Era só borracha e doce e açúcar lá para dentro. (...) Sabem o que é que eu descobri? Em 1861, foi publicado um livro de receitas, em Inglaterra, pela senhora Isabella Beaton. Tem lá uma receita de uma sandes, que é sandes de torrada. Pão sem ser torrado, depois no meio uma torradinha".

José Diogo Quintela
José Fonseca Fernandes

No fim, recordam uma rábula sobre um homem que tem alguma dificuldade em submeter-se a certas convenções sociais simples.