Ricardo Araújo Pereira: "Há celebridades que não pagam uma conta desde 2015. É uma coisa pornográfica. Confundem o Google com o Instagram"

Neste terceiro episódio do podcast, Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira desenvolvem teorias sobre a toxicodependência, o alcoolismo e o azar na segunda guerra mundial. Não esquecem as borbulhas no rabo e a educação em momentos de urgência.

Ricardo Araújo Pereira: "Há celebridades que não pagam uma conta desde 2015. É uma coisa pornográfica. Confundem o Google com o Instagram"
José Fonseca Fernandes

Assim vamos ter de falar de outra maneira

Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira voltam a estar reunidos, desta vez, para falar sobre tomografia axial computorizada. Neste terceiro episódio de Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira, desenvolvem teorias sobre a confeção de tanga de porco preto, que nunca é revelada tal como as mães faziam: "Muitas vezes perguntava: 'Mãe, qual é o almoço?'. E ela: 'Cascas de tremoço, bordas de alguidar'... e depois nunca era."

A propósito da genitália do porco, Miguel Góis recupera a história "bizarra" de Theodor Gilbert Morell, médico particular de Adolf Hitler, que o injetava com hormonas de fígado de porco: "Não quero mesmo que os judeus me toquem, o que é que pode fazer?" O humorista realça que Hitler queria passar a ideia de que era puro e começou a exigir ao médico hormonas e esteróides, que lhe eram dadas antes das reuniões importantes. Mais tarde, começa a dar-lhe opioides, cocaína, barbitúricos e eucodal, que é "é uma espécie de primo farmacológico da heroína".

Em suma, sabendo que o Göring era viciado em morfina, desde os anos 20, "não é muito surpreendente que a Alemanha tenha perdido a guerra". O Hitler e o Göring estavam sobre efeitos de estupefacientes, o Himmler andava à procura do martelo de Thor e do Santo Graal e Higman estava a fazer horários de comboio. Ao mesmo tempo, Winston Churchill começava logo ao pequeno almoço com um uísque, antes do almoço um copo de champanhe, ao almoço vinho tinto, brandy e vinho do porto e a seguir mais um uísque. Era tudo igual ao jantar.

Em síntese, a segunda guerra mundial é um duelo entre um alcoólico e um tóxico dependente: "É um tipo de conflito que podia acontecer à porta de uma discoteca, por exemplo, no Lux. O drogado diz que vai invadir Santa Apolónia e o bêbado reage mal".

Ricardo Araújo Pereira rejeita as drogas mas não deixa de admirar o modelo de negócio e o sucesso do mesmo: "É um produto que é caro, não há pontos de venda evidentes, faz mal e as pessoas sabem, não há anúncios e toda a gente sabe, que aquilo vem do produtor para o consumidor dentro do rabo de um colombiano qualquer".

Por falar em rabo, José Diogo Quintela adianta que tem borbulhas nessa zona e lança a questão sobre a possibilidade de o dermatologista puder ser objetor de consciência. Ricardo Araújo Pereira recorda que os laços de amizade com Quintela se estreitaram precisamente após um episódio de depilação de costas para a produção de um sketch: "Despejava-se um líquido para os cabelos das costas e fui lá com uma espátula e tive a tosquiá-lo todo..."

Ainda na área da saúde, destaque para a figura do hipocondríaco e do 'hipercondríaco', que pensa que não tem doença nenhuma e acha que as doenças estão no hospital. Sutomu Yamaguchi é o verdadeiro exemplo de hipercondríaco que sobreviveu a duas bombas atómicas.

Este persistente azar, leva Ricardo Araújo Pereira a pensar no, também constante azar, que tantas celebridades hoje em dia têm ao confundir o Google com o Instagram: "Ah, mas que chatice avariou-se a minha televisão, alguém conhece uma boa marca de televisão? Há celebridades que não pagam uma conta desde 2015. É uma pedinchice".

No fim, momento de grande nostalgia com a recordação de um sketch do Gato Fedorento em que um médico e um enfermeiro estão a realizar uma operação cirúrgica: "É um sketch que explora, de forma muito divertida, certas convenções sociais como as da educação em momentos dos quais não se pede educação, por causa da urgência desses momentos".

Pode ouvir “Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira” no site da SIC, SIC Notícias e Expresso, e em todas as plataformas de podcasts. Oiça aqui: