Verde. A cor dominante na região, brindada pela natureza, é também a que designa os vinhos nascidos numa variedade de terroirs influenciados pelo clima, pelo mar, pelas serras e pelas gentes que ao longo dos séculos têm cultivado os solos de onde brotam os aromas singulares do Vinho Verde. O nome advém precisamente desta caraterística marcante da que é a mais extensa e diversa região vitivinícola portuguesa. De Melgaço a Vale de Cambra, de Esposende até às montanhas de granito de Basto, na fronteira com Trás-os-Montes, os solos elevam-se e descem. Cidades e vilas, aqui e ali, interrompem a vegetação. É desta terra, densamente povoada e de solos férteis, que nascem vinhos incomparáveis.
Há muitas formas e roteiros para a descobrir em detalhe, na companhia de cozinha de conforto e sempre de copo na mão. Da variedade de caminhos possíveis, sugerem-se três viagens que dão a conhecer diferentes formas de expressão dos Vinhos Verdes. Pode relaxar em alojamentos rodeados de vinhas que contam histórias, passear e fazer picnics entre vinhas, e descontrair em aconchegantes Spas. Intercale os passeios a pé ou de jipe pela região com a prova de néctares tão diversos como inspiradores.
Serpentear o Tâmega, entre Amarante e Celorico de Basto
O rio Tâmega inspira diversas paisagens e caminhos que conduzem não só a passeios a pé ou de bicileta, mas também a fartos almoços com panorâmica, na companhia dos Vinhos Verdes. Perca-se pela ecovia do Tâmega, sabendo que encontra diversos pontos de apoio pelo caminho. Em Celorico de Basto, na antiga estação de comboios pode alugar bicicletas, ficar alojado e adquiri diversos produtos regionais, com especial destaque para o Vinho Verde.
Ao longo do Tâmega, que pontua o centro histórico de Amarante num percurso de rara beleza, encontra ainda paisagens rurais marcadas pela vinha e, omnipresente, o Monte da Sra. da Graça. Siga viagem até ao Miradouro de Mondim, onde se expande a vista sobre o rio e sobre a serra. Há diversos restaurantes na região que traduzem as tradições gastronómicas locais na boa companhia do Vinho Verde, mas também pode optar por permanecer envolvido pela natureza no Parque de Merendas, em Arco de Baúlhe.
Embarque numa aventura gastronómica singular, harmonizando pratos típicos como o Cabrito à Amarantina, arroz de carqueja ou uma bola de carne com Vinho Verde, proveniente das castas Amaral, Borraçal, Espadeiro e Vinhão e tradicionalmente servido numa malga.
Para sobremesa, case a diversidade de doces conventuais, um legado das clarissas à cidade de Amarante, como os Foguetes, as Brisas do Tâmega, ou as Lérias, com a frescura e aromas do Vinho Verde elaborado a partir das castas brancas predominantes: Arinto, Avesso, Azal e Trajadura. Descubra a Rota de Amarante a Celorico de Basto.
Dos fortes aos prazeres entre Melgaço e Ponte de Lima
O convite deste roteiro é para atravessar uma das mais emblemáticas estradas da região. Percorrer a Nacional 202 é encontrar um território de fronteira singular, habituado a defender a portugalidade, que aqui se expressa em fortes, solares, templos religiosos e na tradicional e verdejante paisagem minhota. Ao longo da estrada, são diversos os pontos de paragem aconselhados, seja para visitar uma das muitas adegas dedicadas ao Alvarinho, casta rainha nesta localização, ou para saborear a rica gastronomia minhota, com a lampreia, em sua época, o cabrito assado ou deliciosos fumeiros de porco bísaro.
Em Melgaço, visite o forte, construído pelos árabes no Séc. IX. Prossiga em direção a Monção, onde poderá visitar diversas adegas do Alvarinho e descobrir as Muralhas de Monção, outra edificação de tempos de batalhas. Marque agora encontro com um dos mais magníficos edifícios nacionais: o Palácio da Brejoeira, que se alcança num desvio pela EN 101, em direção a Arcos de Valdevez. Palácio, jardins deslumbrantes e vinhas preenchem uma visita com prova de vinhos incluída.
Regresse à EN 202 para seguir rumo a Valença onde a Torre de Lapela é sinónimo do legado Fernandino. Plenas de história, paisagens verdejantes brindadas por rios que se encaminham para o mar, quintas, cozinha tradicional e vinhos inigualáveis, são diversas localidades que merecem visita nas imediações: Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura e Ponte de Lima são apenas alguns destaques de uma região de encantos.
Uma vez em Ponte de Lima, instale-se num dos restaurantes mais típicos junto à ponte medieval e relaxe com um copo de Vinho Verde da casta Loureiro, típica desta zona, de aromas cítricos e florais, finos e elegantes. Introduzem bem a cozinha rica marcada pelos tradicionais Arroz de sarrabulho, servido com rojões, e o Bacalhau de cebolada, emblemas gastronómicos locais. Conheça a Rota entre Melgaço e Ponte de Lima.
Percorrer os caminhos do Alvarinho
É num território curto que encontra um terroir único no mundo. Abraçada por uma paisagem verdejante, protegida pelas montanhas de Portugal e Espanha, entre Monção e Melgaço nasce uma casta singular e muito limitada, criada e acarinhada por Homens que amam o culto da vinha e a excelência do vinho. Assim é o Alvarinho de Monção e Melgaço. Percorra as estradas sinuosas com vista para uma multiplicidade de vinhas cuidadas com esmero, ao longo de magníficos anfiteatros, a meia encosta. Neste microclima único, conjugando o Solo, o Sol, o Sofrimento, a Sabedoria e o Sossego, os cinco “SS” definem um vinho com história, vida e arte dentro.
Intenso, aromático e frutado, com acentuadas notas tropicais e grande potencial de guarda, o Alvarinho saboreia-se sozinho ou em casamento perfeito com a cozinha regional. Em Melgaço brilha harmonizado com o fumeiro local, enquanto em Monção acompanha o Bacalhau, o Cabrito assado no forno, e o emblemático Cordeiro à moda de Monção. Descubra os Vinhos Verdes de Monção e Melgaço.